CABELO DIVO | Mel Gamboa
Afromanas, hoje é dia de mais uma entrevista na coluna Cabelo Divo. E para hoje trouxemos como convidada Mel Gamboa: uma das caras mais conhecidas do canal de televisão angolano TV Zimbo. Querem saber mais acerca da relação da Mel com o seu cabelo? Descubram já aqui!
Afromance-Olá Mel! Muito obrigada por aceitares o nosso convite! É uma honra ter-te aqui no Afromance. Para começar a nossa conversa, queremos saber se o teu cabelo sempre foi natural ou se costumavas alisá-lo?
Mel- O meu cabelo sempre foi natural. Excepcionalmente já o alisei para fazer um determinado penteado, mas não tenho muita paciência para desfriso, secador e/ou chapinha.
Afromance- Como descreves a tua relação com o teu cabelo?
Mel- Pacífica. Um dia acordei, cortei-o e me descobri com o look perfeito. Hoje só está mais comprido por inerência do meu trabalho de atriz. É importante referir que há pouco mais de dez anos atrás, antes da moda do cabelo cacheado, o meu cabelo também sempre foi alvo de chacota e andava sempre trançado ou apanhado num totó. Hoje ele fica aí enquanto pode e se anda apanhado é mais por causa do calor do que opressão capilar.
Afromance-És atriz, jornalista, apresentadora de TV... Por isso a aparência tem, com certeza, um grande peso no teu trabalho. Que importância atribuis ao cabelo nesse campo?
Mel- Só a parte da apresentadora é que obriga a uma aparência estipulada na hora do trabalho, em que o cabelo é só parte de um conjunto que se procura harmonioso e infelizmente dentro do padrão estereotipado de beleza. Como atriz eu me sinjo ao personagem, que nem sempre segue as regras de aparência socialmente imposta. Portanto o meu cabelo desde que ande limpo e hidratado, não precisa de se esforçar para ser aceite; enquanto eu achar que para mim está bem, então está bem. E quando altero a cor, é por pura diversão.
Afromance- Já te sentiste pressionada a mudar o teu cabelo por causa do trabalho?
Mel- Pressionada não. Entretanto para o personagem de " A Orfã do Rei" eu tinha duas hipóteses: usar peruca, ou deixar o cabelo em paz (não cortá-lo durante algum tempo). Preferi a segunda opção porque evita o mico na hora de rebolar no palco.
Afromance- Como tratas do teu cabelo no dia-a-dia?
Mel- Quando era curto, lavava todos o santo dia com shampoo e massagem; depois passava gel, ou creme hidratante. Com o cabelo mais comprido lavo 3 vezes por semana com shampoo, massagem, depois coloco ativador de cachos e está pronto.
Afromance-Tens algum produto favorito que não abdiques?
Mel- Reparador de pontas nos dias da lavagem.
Afromance-Sentes-te confortável com pessoas a tratarem do teu cabelo ou não é dos teus momentos favoritos?
Mel- Não de todo, porque não gosto de secador. Mas como já referi que a relação com meu cabelo é pacífica, ir ao cabeleireiro é simplesmente para lavar um pouco melhor, fazer hidratação profunda e cortar pontas e mais nada. Quando estou animada altero a cor, o processo é uma chatice, mas para se conseguir qualquer tipo de resultado há que se ter paciência.
Afromance-Quais são os teus maiores cuidados em relação ao cabelo?
Mel- Limito-me a mantê-lo hidratado. Acho que não precisa de mais nada.
Afromance-Que opinião tens em relação a este movimento naturalista que tem vindo a ganhar cada vez mais força? Sentes que está relacionado a uma aceitação maior das raízes africanas?
Mel- Acho muito bem. Faz parte do empoderamento da mulher africana ou afro descendente que secularmente foi/é considerada pelos cânones racistas, feia e como tendo mau cabelo . Há espaço no mundo para a diferença entre as pessoas e que nessa diferença são bonitas, independentemente da cor de pele ou da textura do cabelo, que já agora é algo que ninguém escolhe nascer, e se é como a pessoa é, tentar invalidar é só uma forma de procurar superioridade sobre esta. Cabe a cada mulher negra de qualquer tom de pele, não aceitar mais esse tipo de imposição e aceitar o seu cabelo como é, e isso é uma afirmação de força, auto-estima e amor próprio.
Afromance-Quais são os teus próximos planos para o futuro?
Mel-Os planos são continuar a fazer acontecer os planos que já estabeleci no passado.
Afromance- Mel, mais uma vez, muito obrigada! Para terminar, que mensagem deixas às nossas leitoras do Afromance? Tens alguma dica para deixar?
Mel- Se é para deixar uma dica, vou citar Cristiane Sobral: "Pelo menos hoje, deixe o seu cabelo em paz". Não existe nem cabelo ruim, nem cabelo rebelde. Existe sim preconceito, ideias ruins e para ser rebelde que seja o meu carácter e não o meu cabelo.
Foi assim a nossa entrevista à querida Mel Gambôa! Esperamos que tenham gostado. Podem colocar mais perguntas, críticas, sugestões, nos comentários aqui em baixo, através do nosso Facebook ou então enviando um email para afromanceblog@gmail.com.
Façam como a Mel a aceitem-se a vocês e ao vosso cabelo!
Mil beijos!
Afromance-Olá Mel! Muito obrigada por aceitares o nosso convite! É uma honra ter-te aqui no Afromance. Para começar a nossa conversa, queremos saber se o teu cabelo sempre foi natural ou se costumavas alisá-lo?
Mel- O meu cabelo sempre foi natural. Excepcionalmente já o alisei para fazer um determinado penteado, mas não tenho muita paciência para desfriso, secador e/ou chapinha.
Afromance- Como descreves a tua relação com o teu cabelo?
Mel- Pacífica. Um dia acordei, cortei-o e me descobri com o look perfeito. Hoje só está mais comprido por inerência do meu trabalho de atriz. É importante referir que há pouco mais de dez anos atrás, antes da moda do cabelo cacheado, o meu cabelo também sempre foi alvo de chacota e andava sempre trançado ou apanhado num totó. Hoje ele fica aí enquanto pode e se anda apanhado é mais por causa do calor do que opressão capilar.
Afromance-És atriz, jornalista, apresentadora de TV... Por isso a aparência tem, com certeza, um grande peso no teu trabalho. Que importância atribuis ao cabelo nesse campo?
Mel- Só a parte da apresentadora é que obriga a uma aparência estipulada na hora do trabalho, em que o cabelo é só parte de um conjunto que se procura harmonioso e infelizmente dentro do padrão estereotipado de beleza. Como atriz eu me sinjo ao personagem, que nem sempre segue as regras de aparência socialmente imposta. Portanto o meu cabelo desde que ande limpo e hidratado, não precisa de se esforçar para ser aceite; enquanto eu achar que para mim está bem, então está bem. E quando altero a cor, é por pura diversão.
Afromance- Já te sentiste pressionada a mudar o teu cabelo por causa do trabalho?
Mel- Pressionada não. Entretanto para o personagem de " A Orfã do Rei" eu tinha duas hipóteses: usar peruca, ou deixar o cabelo em paz (não cortá-lo durante algum tempo). Preferi a segunda opção porque evita o mico na hora de rebolar no palco.
Afromance- Como tratas do teu cabelo no dia-a-dia?
Mel- Quando era curto, lavava todos o santo dia com shampoo e massagem; depois passava gel, ou creme hidratante. Com o cabelo mais comprido lavo 3 vezes por semana com shampoo, massagem, depois coloco ativador de cachos e está pronto.
Afromance-Tens algum produto favorito que não abdiques?
Mel- Reparador de pontas nos dias da lavagem.
Afromance-Sentes-te confortável com pessoas a tratarem do teu cabelo ou não é dos teus momentos favoritos?
Mel- Não de todo, porque não gosto de secador. Mas como já referi que a relação com meu cabelo é pacífica, ir ao cabeleireiro é simplesmente para lavar um pouco melhor, fazer hidratação profunda e cortar pontas e mais nada. Quando estou animada altero a cor, o processo é uma chatice, mas para se conseguir qualquer tipo de resultado há que se ter paciência.
Afromance-Quais são os teus maiores cuidados em relação ao cabelo?
Mel- Limito-me a mantê-lo hidratado. Acho que não precisa de mais nada.
Afromance-Que opinião tens em relação a este movimento naturalista que tem vindo a ganhar cada vez mais força? Sentes que está relacionado a uma aceitação maior das raízes africanas?
Mel- Acho muito bem. Faz parte do empoderamento da mulher africana ou afro descendente que secularmente foi/é considerada pelos cânones racistas, feia e como tendo mau cabelo . Há espaço no mundo para a diferença entre as pessoas e que nessa diferença são bonitas, independentemente da cor de pele ou da textura do cabelo, que já agora é algo que ninguém escolhe nascer, e se é como a pessoa é, tentar invalidar é só uma forma de procurar superioridade sobre esta. Cabe a cada mulher negra de qualquer tom de pele, não aceitar mais esse tipo de imposição e aceitar o seu cabelo como é, e isso é uma afirmação de força, auto-estima e amor próprio.
Afromance-Quais são os teus próximos planos para o futuro?
Mel-Os planos são continuar a fazer acontecer os planos que já estabeleci no passado.
Afromance- Mel, mais uma vez, muito obrigada! Para terminar, que mensagem deixas às nossas leitoras do Afromance? Tens alguma dica para deixar?
Mel- Se é para deixar uma dica, vou citar Cristiane Sobral: "Pelo menos hoje, deixe o seu cabelo em paz". Não existe nem cabelo ruim, nem cabelo rebelde. Existe sim preconceito, ideias ruins e para ser rebelde que seja o meu carácter e não o meu cabelo.
Foi assim a nossa entrevista à querida Mel Gambôa! Esperamos que tenham gostado. Podem colocar mais perguntas, críticas, sugestões, nos comentários aqui em baixo, através do nosso Facebook ou então enviando um email para afromanceblog@gmail.com.
Façam como a Mel a aceitem-se a vocês e ao vosso cabelo!
Mil beijos!
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