Cabelo Divo- Cláudia Ferreira, do blog Cor-de-Canela
Olá Afromanas! Estamos de volta com mais um Cabelo Divo e hoje trazemos a queridíssima Cláudia Ferreira do blog Cor-de-Canela. No seu blog, a Cláudia dá dicas óptimas de maquiagem, entre várias outras coisas, inclusive cabelo. Ela foi também a maquiadora convidada para o encontro de Crespas e Cacheadas do Força no Black, que aconteceu em Junho deste ano, em Belém (Lisboa). Se quiserem saber mais sobre a Cláudia, descubram aqui na entrevista que ela deu ao Afromance.
Afromance- Olá Cláudia! É um prazer enorme ter-te aqui no Afromance, já que somos seguidoras assíduas do Cor-de-Canela (risos). Em primeiro lugar: como aconteceu a tua entrada no mundo da maquiagem?
Cláudia- O meu gosto pela maquilhagem começou quando vivia em Paris; antes nem ligava muito, mas após ter feito alguns workshops a curiosidade e o gosto pelo assunto ressurgiu em mim (risos).
Afromance-Há quanto tempo criaste o blog Cor-de-Canela e como surgiu a ideia?
Cláudia- Criei o blog no final de Fevereiro deste ano. A minha querida prima Sandra, o meu namorado e outras pessoas chegadas sempre gostaram do trabalho que fazia. Foram eles que insistiram e me incentivaram a mostrar o meu trabalho para outras pessoas.
Afromance-Como tem sido a reação das tuas leitoras? Há alguma coisa que elas peçam mais?
Cláudia- Desde já, tenho muito a agradecer às minhas leitoras. Os conteúdos apresentados têm tido um feedback positivo. Elas dão-me um grande incentivo para continuar. As questões mais frequentes que fazem estão relacionadas aos cuidados a ter com a pele e ao tipo de maquilhagem (bases/batons) que devem usar.
Afromance- Além do blog, costumas fazer mesmo trabalhos nesta área?
Cláudia- Sim; de vez enquanto tenho pessoas que pedem para fazer maquilhagens, ora para ocasiões especiais ou então para noitadas. E ainda tenho pessoas que me pedem para fazer workshops.
Afromance- Qual o segredo, para ti, da maquiagem perfeita?
Cláudia- Uma maquilhagem perfeita para mim traduz-se em algo simples, sofisticado, equilibrado e elegante! Por exemplo se faço “smokey eyes” (esfumado preto nos olhos) não vou colocar um batom com um tom mais escuro nos lábios. Tem que haver um equilíbrio e saber quando e qual o tipo de maquilhagem deverei usar; outro exemplo: se vou a uma entrevista de trabalho, ou a uma palestra, nunca usaria “smokey eyes”, mas para uma noitada já usaria sim (risos).
Afromance- Como é a tua rotina, em termos de maquiagem? Estás à vontade para sair de casa “ao natural” ou és daquelas que não consegue ir à padaria sem maquiagem? :)
Cláudia- No dia-a-dia raramente me maquilho, até porque o trabalho que faço agora (durante as ferias de verão) não me permite. A minha rotina, por assim dizer, começa com um gel de limpeza/ou esfoliante (para peles mistas e oleosas). Depois aplico um tónico (também posso usar soro fisiológico ou até então vinagre de maçã diluída num copo de água) para retirar as peles mortas que perdemos diariamente e para fechar bem os poros. A seguir aplico o meu creme hidratante e passo para a minha maquilhagem diária. Normalmente quando me maquilho para o dia-a-dia apenas utilizo o meu "limpa linguísticas e fonéticas", ou seja o MEU CORRETOR DE OLHEIRAS (risos)! Não uso bases: aplico o meu pó translúcido para fixar o corretor de olheiras, um pouco de blush e bronzeador á volta do rosto (nunca bronzeador no rosto todo). Depois corrijo as sobrancelhas porque são muito fininhas e por fim uma máscara de pestanas e um gloss (ou um batom nude). Gosto de maquilhar-me mas também gosto de ficar ao natural e deixar a pele descansar por isso não me importo de sair para a rua somente com a cara lavada.
Afromance- Vamos falar de cabelo! Assumiste recentemente o teu cabelo natural, certo? Por quanto tempo usaste químicos e como aconteceu esta mudança?
Cláudia- Comecei a minha transição em 2011, tinha cortado o meu cabelo e assumido os meus cachos: o cabelo estava super lindo, natural e cheio de vida. Mas na época ainda não havia muita informação em português sobre cabelos afros e os cuidados a ter, logo não sabia cuidar do meu cabelo e nem sabia quais eram os produtos e cuidados adequados a ter com ele. Então caí na maior burrice de sempre que foi desfrisar o cabelo de novo porque não conseguia tomar conta dele! Digo que foi a maior burrice porque o cabelo ficou seco, quebradiço, sem volume, sem vida e não formava cachos. Então, no ano passado, voltei a fazer a transição e comecei a pesquisar sobre o assunto. Comecei a seguir um cronograma capilar, a fazer hidratações caseiras, umectações, etc. Enfim, comecei a ter um amor incondicional pelo cabelo que estava desde a minha raiz até metade dos fios. Já da metade para baixo detestava. Quando fiz o Big Chop ressurgiu uma nova Cláudia e uma nova Cor-de-Canela! Confesso que não foi fácil (detesto cortar o cabelo), mas aceitar o que é meu e que por mais químicas que faça nunca irá mudar, foi a melhor opção que fiz.
Afromance-Sentes-te mais confiante e feminina? O que mudou a partir do momento em que paraste de alisar o teu cabelo?
Cláudia- Sinto-me muito mais feminina, muito mais EU, muito mais natural e sempre com vontade de aprender mais sobre a minha "coroa”. A partir do momento em que disse "au revoir" às químicas, tenho me dedicado a aprender mais sobre como cuidar do meu cabelo. Procuro saber quais são os ingredientes que se dão bem com ele, experimento uma variedade de produtos naturais (de preferência de origem vegetal); nem sempre funcionam bem, mas partilho estas experiências na página e com os meus amigos. Um dos objetivos é ajudar as outras a AMAR, a conhecer o que é nosso; tenho sempre pessoas que me perguntam o que uso no cabelo e é sempre um prazer enorme transmitir o que aprendo com elas; dá-me uma enorme alegria quando me respondem a dizer que funcionou.
Afromance- Quais são os maiores obstáculos que encontras nesta jornada do natural?
Cláudia-Um dos meus maiores obstáculos foi a insuficiência de produtos capilares destinados aos nossos cabelos no Algarve (onde moro). Em Lisboa é muito mais fácil encontrar produtos destinados aos nossos cabelos, até porque (segundo as minhas observações) penso que o movimento afro tem-se propagado bem na capital. No Algarve ainda não se observa assim tanto. Então é mais complicado encontrar produtos para o nosso tipo de cabelo, e o mais chato é que tenho que mandar sempre vir de fora e demora a chegar algumas vezes.
De momento, encontro-me em Paris e estou a seguir uma formação de Cosmética Natural; aqui na capital da moda, já dá para notar muitas afros e naturais, logo temos uma infinita variedade de produtos.
Afromance-Que cuidados não abres mão no teu dia-a-dia?
Cláudia- Como está muito calor nesta época, no dia-a-dia procuro andar sempre com um borrifador (com água mineral, creme de pentear, e de vez enquanto coloco um pouco de glicerina vegetal e óleos naturais misturados);também utilizo um protetor solar para cabelos.
Afromance-Tens dicas que queiras partilhar com as nossas leitoras: tratamentos, produtos favoritos, etc?
Cláudia- Há tantas (risos)! Mas falando de maquilhagem e cuidados a ter com a pele, aconselho às afromanas a utilizar protetor solar para o rosto, em vez de creme hidratante para esta época, para evitar o envelhecimento precoce da pele e o aparecimento de manchas; enfim, penso que o protetor deve ser utilizado sempre, até porque vivemos num país que ao contrário dos outros países europeus é abençoado com um solzinho durante o ano todo. Também retirem sempre a maquilhagem antes de dormir. Se têm excesso de oleosidade no rosto, o vinagre de maçã também é super eficaz, basta adicionar duas colheres de chá de vinagre de maçã para uma xícara de chá com água e depois é só aplicar no rosto com ajuda de um algodão! Se quiserem fazer um BB cream: basta misturarem um pouco da vossa base com o creme facial hidratante.
Afromance- Cláudia, agradecemos pela tua presença aqui no Afromance; foi um prazer enorme Para terminar, gostávamos que deixasses uma mensagem às leitoras.
Cláudia- Para as meninas que estão numa fase de transição ou que estão decididas a fazer o Big Chop, não se sintam pressionadas; não cortem logo só porque “ fulana ou sicrana cortou, ficou lindo e já está a crescer rapidamente.” Tomem o tempo que acharem necessário e quando se sentirem preparadas a decisão será vossa, nem sempre é um processo fácil. Aceitar o cabelo na sua forma natural está além de uma decisão "estética" (que está na moda assumir as carapinhas e os cachos). A aceitação vai além desses procedimentos todos: ela está relacionada às nossas origens, a uma etnia, a uma cultura.
E assim foi a nossa conversa com a linda Cláudia. Esperamos que tenham gostado.
Podem seguir a página do Cor-de-Canela aqui, e podem aceder também ao canal de Youtube aqui.
Até à próxima, afromanas.
Mil beijos!
Afromance- Olá Cláudia! É um prazer enorme ter-te aqui no Afromance, já que somos seguidoras assíduas do Cor-de-Canela (risos). Em primeiro lugar: como aconteceu a tua entrada no mundo da maquiagem?
Cláudia- O meu gosto pela maquilhagem começou quando vivia em Paris; antes nem ligava muito, mas após ter feito alguns workshops a curiosidade e o gosto pelo assunto ressurgiu em mim (risos).
Afromance-Há quanto tempo criaste o blog Cor-de-Canela e como surgiu a ideia?
Cláudia- Criei o blog no final de Fevereiro deste ano. A minha querida prima Sandra, o meu namorado e outras pessoas chegadas sempre gostaram do trabalho que fazia. Foram eles que insistiram e me incentivaram a mostrar o meu trabalho para outras pessoas.
Afromance-Como tem sido a reação das tuas leitoras? Há alguma coisa que elas peçam mais?
Cláudia- Desde já, tenho muito a agradecer às minhas leitoras. Os conteúdos apresentados têm tido um feedback positivo. Elas dão-me um grande incentivo para continuar. As questões mais frequentes que fazem estão relacionadas aos cuidados a ter com a pele e ao tipo de maquilhagem (bases/batons) que devem usar.
Afromance- Além do blog, costumas fazer mesmo trabalhos nesta área?
Cláudia- Sim; de vez enquanto tenho pessoas que pedem para fazer maquilhagens, ora para ocasiões especiais ou então para noitadas. E ainda tenho pessoas que me pedem para fazer workshops.
Afromance- Qual o segredo, para ti, da maquiagem perfeita?
Cláudia- Uma maquilhagem perfeita para mim traduz-se em algo simples, sofisticado, equilibrado e elegante! Por exemplo se faço “smokey eyes” (esfumado preto nos olhos) não vou colocar um batom com um tom mais escuro nos lábios. Tem que haver um equilíbrio e saber quando e qual o tipo de maquilhagem deverei usar; outro exemplo: se vou a uma entrevista de trabalho, ou a uma palestra, nunca usaria “smokey eyes”, mas para uma noitada já usaria sim (risos).
Afromance- Como é a tua rotina, em termos de maquiagem? Estás à vontade para sair de casa “ao natural” ou és daquelas que não consegue ir à padaria sem maquiagem? :)
Cláudia- No dia-a-dia raramente me maquilho, até porque o trabalho que faço agora (durante as ferias de verão) não me permite. A minha rotina, por assim dizer, começa com um gel de limpeza/ou esfoliante (para peles mistas e oleosas). Depois aplico um tónico (também posso usar soro fisiológico ou até então vinagre de maçã diluída num copo de água) para retirar as peles mortas que perdemos diariamente e para fechar bem os poros. A seguir aplico o meu creme hidratante e passo para a minha maquilhagem diária. Normalmente quando me maquilho para o dia-a-dia apenas utilizo o meu "limpa linguísticas e fonéticas", ou seja o MEU CORRETOR DE OLHEIRAS (risos)! Não uso bases: aplico o meu pó translúcido para fixar o corretor de olheiras, um pouco de blush e bronzeador á volta do rosto (nunca bronzeador no rosto todo). Depois corrijo as sobrancelhas porque são muito fininhas e por fim uma máscara de pestanas e um gloss (ou um batom nude). Gosto de maquilhar-me mas também gosto de ficar ao natural e deixar a pele descansar por isso não me importo de sair para a rua somente com a cara lavada.
Afromance- Vamos falar de cabelo! Assumiste recentemente o teu cabelo natural, certo? Por quanto tempo usaste químicos e como aconteceu esta mudança?
Cláudia- Comecei a minha transição em 2011, tinha cortado o meu cabelo e assumido os meus cachos: o cabelo estava super lindo, natural e cheio de vida. Mas na época ainda não havia muita informação em português sobre cabelos afros e os cuidados a ter, logo não sabia cuidar do meu cabelo e nem sabia quais eram os produtos e cuidados adequados a ter com ele. Então caí na maior burrice de sempre que foi desfrisar o cabelo de novo porque não conseguia tomar conta dele! Digo que foi a maior burrice porque o cabelo ficou seco, quebradiço, sem volume, sem vida e não formava cachos. Então, no ano passado, voltei a fazer a transição e comecei a pesquisar sobre o assunto. Comecei a seguir um cronograma capilar, a fazer hidratações caseiras, umectações, etc. Enfim, comecei a ter um amor incondicional pelo cabelo que estava desde a minha raiz até metade dos fios. Já da metade para baixo detestava. Quando fiz o Big Chop ressurgiu uma nova Cláudia e uma nova Cor-de-Canela! Confesso que não foi fácil (detesto cortar o cabelo), mas aceitar o que é meu e que por mais químicas que faça nunca irá mudar, foi a melhor opção que fiz.
Afromance-Sentes-te mais confiante e feminina? O que mudou a partir do momento em que paraste de alisar o teu cabelo?
Cláudia- Sinto-me muito mais feminina, muito mais EU, muito mais natural e sempre com vontade de aprender mais sobre a minha "coroa”. A partir do momento em que disse "au revoir" às químicas, tenho me dedicado a aprender mais sobre como cuidar do meu cabelo. Procuro saber quais são os ingredientes que se dão bem com ele, experimento uma variedade de produtos naturais (de preferência de origem vegetal); nem sempre funcionam bem, mas partilho estas experiências na página e com os meus amigos. Um dos objetivos é ajudar as outras a AMAR, a conhecer o que é nosso; tenho sempre pessoas que me perguntam o que uso no cabelo e é sempre um prazer enorme transmitir o que aprendo com elas; dá-me uma enorme alegria quando me respondem a dizer que funcionou.
Afromance- Quais são os maiores obstáculos que encontras nesta jornada do natural?
Cláudia-Um dos meus maiores obstáculos foi a insuficiência de produtos capilares destinados aos nossos cabelos no Algarve (onde moro). Em Lisboa é muito mais fácil encontrar produtos destinados aos nossos cabelos, até porque (segundo as minhas observações) penso que o movimento afro tem-se propagado bem na capital. No Algarve ainda não se observa assim tanto. Então é mais complicado encontrar produtos para o nosso tipo de cabelo, e o mais chato é que tenho que mandar sempre vir de fora e demora a chegar algumas vezes.
De momento, encontro-me em Paris e estou a seguir uma formação de Cosmética Natural; aqui na capital da moda, já dá para notar muitas afros e naturais, logo temos uma infinita variedade de produtos.
Afromance-Que cuidados não abres mão no teu dia-a-dia?
Cláudia- Como está muito calor nesta época, no dia-a-dia procuro andar sempre com um borrifador (com água mineral, creme de pentear, e de vez enquanto coloco um pouco de glicerina vegetal e óleos naturais misturados);também utilizo um protetor solar para cabelos.
Afromance-Tens dicas que queiras partilhar com as nossas leitoras: tratamentos, produtos favoritos, etc?
Cláudia- Há tantas (risos)! Mas falando de maquilhagem e cuidados a ter com a pele, aconselho às afromanas a utilizar protetor solar para o rosto, em vez de creme hidratante para esta época, para evitar o envelhecimento precoce da pele e o aparecimento de manchas; enfim, penso que o protetor deve ser utilizado sempre, até porque vivemos num país que ao contrário dos outros países europeus é abençoado com um solzinho durante o ano todo. Também retirem sempre a maquilhagem antes de dormir. Se têm excesso de oleosidade no rosto, o vinagre de maçã também é super eficaz, basta adicionar duas colheres de chá de vinagre de maçã para uma xícara de chá com água e depois é só aplicar no rosto com ajuda de um algodão! Se quiserem fazer um BB cream: basta misturarem um pouco da vossa base com o creme facial hidratante.
Afromance- Cláudia, agradecemos pela tua presença aqui no Afromance; foi um prazer enorme Para terminar, gostávamos que deixasses uma mensagem às leitoras.
Cláudia- Para as meninas que estão numa fase de transição ou que estão decididas a fazer o Big Chop, não se sintam pressionadas; não cortem logo só porque “ fulana ou sicrana cortou, ficou lindo e já está a crescer rapidamente.” Tomem o tempo que acharem necessário e quando se sentirem preparadas a decisão será vossa, nem sempre é um processo fácil. Aceitar o cabelo na sua forma natural está além de uma decisão "estética" (que está na moda assumir as carapinhas e os cachos). A aceitação vai além desses procedimentos todos: ela está relacionada às nossas origens, a uma etnia, a uma cultura.
Podem seguir a página do Cor-de-Canela aqui, e podem aceder também ao canal de Youtube aqui.
Até à próxima, afromanas.
Mil beijos!
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